Mentiras Sinceras me interessam

Esta mensagem inicial do blog explica, se é que é preciso, o título do mesmo. Todos sabem que é parte da letra de uma música de Cazuza (abaixo) (...) "mentiras sinceras me interessam". Tem outra frase que poderia ser usada. É de uma amiga minha (não me perguntem de quem); "Mente, mas mente gostoso
". Claro que o blog não será usado para difundir mentiras, mas os leitores talvez se identifiquem com a dose de ilusão necessária e até fundamental que coloco em tudo o que faço e escrevo. Utopia, ainda é, uma droga lícita. Mas use com moderação.

"Entre a sinceridade ferina e a falsidade carinhosa, prefiro a última. No jogo impreciso do amor, vale mais a intenção forjada do que a fúria da razão. Portanto, entre a espada crua da verdade, mentiras sinceras me interessam"


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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"Mello" - A Fera


Fúria de Instintos


Tive que me desfazer, doar, um animal de estimação. Uma cachorra (não cadela). Era uma filhote de fila com pit bull de 8 meses. Incontrolável. Era puro instinto, disputava tudo: espaço, (e não é pouco, terreno de 17x33). Disputava atenção, comida (e era à vontade, a ração). Agredia todas as outras cachorras do pátio; tenho, digo, tinha quatro: uma fila enorme, enérgica, vigilante, porém dócil com a família e obediente, a Mary Kate. Uma pequena vira-latas bagunceira, inquieta, adorável, a Julie. Uma poodle, também pequena, da minha filha, que mais parece uma criança, a Lindinha. E tinha ela, a “Mello”. Já havia separado quase todas. Coloquei as pequenas na parte dos fundos. Ficava ela e a outra, bem maior na frente. Da última vez ela machucou até esta grande. Tive dificuldade em fazê-la parar. Tive que afastá-la da casa. Aí fiquei pensando e fiz uma analogia com os nossos tempos. 

Não há mais lugar para espíritos livres. 
É  império do controle. Não devemos passar do ponto. Mas quem define o limite?
Não deve existir mais a indignação, o sangue no olhar, nas veias? Talvez.
A razão comanda. A fúria do instinto sucumbe. Mas até quando?
Quem, afinal, está certo? Quem explode em violenta liberdade, ou quem resigna-se na diplomacia vigente, conveniente? 
Não há mais lugar para espíritos livres.

Para “Melo”. Aliás ganhei-a com o nome de “Fanny”. Para combinar com as outras da casa, que tem nome de gente, minha filha colocou “Stefanny”. Como ela era “cor-de-caramelo”, ficou “Caramelo”. Por fim a chamávamos de “Mello”